"Um amigo, filho do bairro, me disse certa vez: 'O Méier é uma cidade!'. Queria dizer que aí tinha tudo: trabalho, lazer, beleza. E seus olhos entusiasmados ainda diziam, com seu brilho, que o Méier sempre teve em seus filhos cariocas autênticos, 'da gema'; gente que ama a cidade e nasceu, ou apenas mora, num bairro que é uma singular encruzilhada onde se encontram todos os destinos, onde a alma carioca se exibe em passado e se realiza no presente.
"O Méier - muitos já notaram - é perto de tudo. E parece estar ali para receber os que passam demandando outros bairros; mas receber com um abraço amigo, com a atenção carinhosa de quem estende a mão.
"Saindo de sua modéstia que não prescinde da altivez, o Méier mostrou-se como é: simpático no sorriso do pipoqueiro; gostosamente malandro nos gestos do 'flanelinha'; elegante no trajar das senhoras; atento e eficiente no trabalho de todos. E esse Méier a todos conquistou.
"O comércio do Méier é dos melhores do Rio, sabemos todos. Quase tudo se acha nesse mercado rico e plural, numa espécie de celebração à condição de 'mão aberta' atribuída aos moradores desse bairro singular.
"Olhando daqui, da Arquias Cordeiro, vejo o trem cruzando o Méier. Esse longo bicho de aço parece um viajante cansado que, depois da longa travessia, chega ao meio da viagem como se chegasse a um oásis.
"Há um Méier especial também nessas ruazinhas ainda relativamente tranqüilas - veiazinhas que cortam esse grande bairro-coração. Num dia como o de hoje, no intenso calor do Rio, entro numa delas e paro à sombra generosa de um flamboyant. A vermelhidão das flores se harmoniza, lá no alto, com galhos cuja forma chamam a atenção deste peito poético: parecem os braços acolhedores do Méier de hoje e de sempre."
J. Carino
texto retirado de www.almacarioca.com.br
2 comentários:
se tiver coca-cola eu topo
Belo texto.
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